sábado, 21 de maio de 2011

O Sentido da vida



Numa conversa recente com minha mãe, ela me disse que às vezes a vida lhe parece completamente sem sentido. Conheço a história de vida da minha mãe e sei dos seus motivos pra pensar isso, mas fiquei meditando sobre o assunto e me perguntei qual será realmente o propósito da nossa existência, ou quais são as nossas expectativas, que quando frustradas, nos dão a impressão de estarmos passando pela vida e não vivendo de fato.
 
O que esperamos da vida? Uns desejam que ela seja longa e por isso se frustram ao se depararem com a doença que ameaça seus planos. Outros cobiçam riquezas e se entristecem por terem de trabalhar tanto e não conseguirem nada mais do que o pão sagrado de cada dia. E ainda outros com ambições mais simples, desejam apenas companhia pra dividirem um café da manhã e passam a vida amargurados, dormindo e acordando tendo a solidão por companheira. Não importa qual seja, o que percebo é que cada um de nós tem um motivo que serve como justificativa pra aparente falta de sentido que damos às nossas vidas.

Pra ser sincera eu também não consigo dizer com muita certeza qual é o sentido da vida. O que sei é que estou viva e que amo, porque creio que fui criada para o amor, e dar e receber amor é minha missão nesse mundo. E não me pergunto se estar aqui tem ou não um sentido, porque acredito que ficar se perguntando esse tipo de coisa é perder tempo, quando se pode viver sem neuras, curtindo a vida descomplicadamente sem angustiar  a alma com perguntas que nunca tornarão a existência mais significativa do que ela é. Não importa qual seja o propósito da vida, o fato é que eu estou aqui e quero viver com o máximo de qualidade possível e fazer com que a minha passagem por esse mundo seja o mais agradável possível, tanto pra mim como pra quem está ao meu lado. E para quem ainda se pergunta qual é o sentido da vida, minha resposta é: você só descobrirá vivendo com intensidade e se nunca descobrir, viva intensamente assim mesmo, você não tem nada a perder com isso, ao contrário, descobrirá que o mundo é um lugar bem melhor do que você imagina.                                                       

                                                                                            Imagem de Joan Miró

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A violência nossa de cada dia



Sebastião saiu de casa todo contente porque soube que hoje receberá um aumento de salário. A caminho do trabalho passou pela padaria, proseou um pouco com seu Augusto que lhe contou sobre o assalto que seu filho sofreu, quando vinha chegando em casa na noite anterior. Seu Sebastião aproveitou pra vomitar toda a sua indignação contra esses marginais que em vez de trabalharem, passam a vida a roubar inocentes, e que as autoridades nada fazem pra defender o cidadão. Mas apesar de toda ira que sentia ao saber que um pobre coitado tivera sido roubado, seu Sebastião, alem de senso de justiça, também mantinha a compaixão, e ficou todo entristecido quando a dona esfarrapada lhe pediu uma esmola, e pondo a mão no bolso furado viu que não tinha nem um tostão. E antes que o cansaço daquele dia lhe tirasse a coragem, ele passou na capela pra rezar um pai nosso e agradecer pelo pão, que com muito suor e lágrima conquistava todo dia, e não se dava ao luxo de desistir e nem esmorecia. E depois do dia duro e do salário merecido, vinha ele do trabalho quando um amigo chegado lhe convidou a base de grito, bem no meio da rua, dizendo que no boteco ao lado a primeira rodada era de graça e que o violeiro era bom. Seu Sebastião que não gosta de viola, mas é amante da cachaça, atravessou a rua como atravessava a vida, com os passos firmes de quem já não se surpreende com as voltas que o mundo dá. E foi lá, no meio da terceira rodada que seu Sebastião deu mais uma rasteira no destino. De arma na mão e olhar gelado, o carrasco não tinha mais que 17 anos, e ao ouvir o som dos disparos, sorria como se aquilo fosse música. Foi só no hospital que o velho Sebastião soube que tinha sido confundido com um homem que tinha agredido a esposa e era padrasto do rapaz, que disse ter cometido o engano por excesso de raiva e de pó.

                                                                           Imagem de Vladimir Kush

domingo, 8 de maio de 2011

Hoje é o dia de todas as mulheres

Não dou muita atenção a datas comemorativas, mas o segundo domingo de maio não é uma data qualquer.
Por isso estou dando uma passadinha rápida por aqui pra desejar a todas as mulheres não só um dia, mas uma vida feliz e próspera em todo bom sentimento e em toda beleza que a existencia tenha a oferecer.
E meu desejo é direcionado as mulheres em geral porque penso que cada uma de nós, gerando ou não outro ser humano, acabamos em algum momento da vida sendo mãe de alguém. Seja do marido, de um pai ou de uma mãe que necessite do nosso instinto maternal, de um amigo, de um irmão.
Existem até homens que merecem receber todo o carinho nesse "feliz dia das mães", pois muitos que conheço já foram obrigados pelo destino (?) a ser pai e mãe, a cumprir os dois papéis.

Por tanto, seja homem ou mulher, tento ou não gerado alguém no seu ventre, mas que com certeza gerou alguém na alma e ofereceu amor incondicional que só uma mãe pode oferecer...

Feliz Dia Das Mães.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Demodê

O sentimento que nos une 
É comparado à flor.
Num dia linda e colorida
Noutro murcha e desbotada.
É assim o nosso amor.
Mas não lamento
Porque em toda flor há beleza,
Ainda que esteja morta, seca
Escondida entre as páginas
De um livro qualquer.
E se falo de flores
É porque gosto de natureza
E vejo em ti a árvore
Mais bonita do meu jardim.
Regada com amor e desejo,
Quero que sejas verde
Do princípio ao FIM.                                                                                                                               A flor da manhã de Vladimir Kush