Numa conversa recente com minha mãe, ela me disse que às vezes a vida lhe parece completamente sem sentido. Conheço a história de vida da minha mãe e sei dos seus motivos pra pensar isso, mas fiquei meditando sobre o assunto e me perguntei qual será realmente o propósito da nossa existência, ou quais são as nossas expectativas, que quando frustradas, nos dão a impressão de estarmos passando pela vida e não vivendo de fato.
O que esperamos da vida? Uns desejam que ela seja longa e por isso se frustram ao se depararem com a doença que ameaça seus planos. Outros cobiçam riquezas e se entristecem por terem de trabalhar tanto e não conseguirem nada mais do que o pão sagrado de cada dia. E ainda outros com ambições mais simples, desejam apenas companhia pra dividirem um café da manhã e passam a vida amargurados, dormindo e acordando tendo a solidão por companheira. Não importa qual seja, o que percebo é que cada um de nós tem um motivo que serve como justificativa pra aparente falta de sentido que damos às nossas vidas.
Pra ser sincera eu também não consigo dizer com muita certeza qual é o sentido da vida. O que sei é que estou viva e que amo, porque creio que fui criada para o amor, e dar e receber amor é minha missão nesse mundo. E não me pergunto se estar aqui tem ou não um sentido, porque acredito que ficar se perguntando esse tipo de coisa é perder tempo, quando se pode viver sem neuras, curtindo a vida descomplicadamente sem angustiar a alma com perguntas que nunca tornarão a existência mais significativa do que ela é. Não importa qual seja o propósito da vida, o fato é que eu estou aqui e quero viver com o máximo de qualidade possível e fazer com que a minha passagem por esse mundo seja o mais agradável possível, tanto pra mim como pra quem está ao meu lado. E para quem ainda se pergunta qual é o sentido da vida, minha resposta é: você só descobrirá vivendo com intensidade e se nunca descobrir, viva intensamente assim mesmo, você não tem nada a perder com isso, ao contrário, descobrirá que o mundo é um lugar bem melhor do que você imagina.
Imagem de Joan Miró